Na sexta-feira, 2 de junho, o Tribunal Eclesiástico da Diocese de Jundiaí ganhou novos colaboradores. “O desejo do Papa Francisco é que o trabalho dos Tribunais seja pastoral, uma pastoral judiciária. Apoiados nisso, nós pensamos em abrir espaço para que leigos, com a devida formação e instrução, possam nos auxiliar neste trabalho”, explicou Padre Márcio Odair Ramos, Vigário Judicial.
Neste sentido, Luiz Claudio da Silva, Marina Bevilacqua Romano Villarroel, Mara Silva Castilho Mattoso, Marco Antonio Figueiredo e Érica Ramiro Silva assumem a função de notários do Tribunal Eclesiástico em um trabalho voluntário, assim como os Padres Daniel Bevilacqua e Jonatas Rodrigues Silva são os novos juízes auditores. A partir de agora, eles fazem parte de toda a equipe que trabalha no Tribunal, que inclui ainda demais padres e diáconos, advogados leigos, psicóloga, além da secretária Ana Paula Sanduvetti Calderan, e o chanceler, Fernando Bête.
No evento, que aconteceu na Cúria Diocesana, eles receberam a provisão de suas funções e fizeram o juramento de fidelidade, comunhão, obediência, sigilo e guardar o depósito da fé no que consiste em realizar as respectivas funções. O encontro também foi propício para fazer um esclarecimento e uma apresentação geral sobre o funcionamento do Tribunal.
O Tribunal Eclesiástico atua em três frentes: Causas dos Santos, sendo cinco os processos abertos até o momento; causas penais que envolvem leigos, clérigos e religiosos que cometam alguma infração, crime, ou pecado grave; e as causas matrimoniais, onde está concentrada a maior demanda de trabalho. “Acolher e ajudar a pessoa a se reconciliar com a história, tendo o auxílio da Igreja e do Espírito Santo, esta é nossa missão”, destacou Padre Márcio, ao qual Fernando Bête completou: “Nós ajudamos as pessoas a voltarem pra dois sacramentos importantíssimos da fé e da vida: a confissão e a comunhão”.
Desde 1º de março de 2019, quando foi instituído, até o momento, o Tribunal Eclesiástico abriu 347 processos matrimoniais, sendo 151 já finalizados, 180 em andamento e 8 arquivados (o arquivamento acontece quando o demandante desiste do processo ou quando há caso de morte de uma das partes). Atualmente, dois padres da Diocese de Bragança Paulista estão fazendo estágio no Tribunal Eclesiástico de Jundiaí, acompanhando todas as etapas de trabalho.
Falando aos colaboradores do Tribunal, Dom Arnaldo exortou-os a colocar o coração nas respectivas tarefas. Exortação que vale para todos os trabalhos e todos os afazeres da vida: “A essência de tudo é o amor. A fé é uma adesão livre e espontânea, mas se olharmos só isso, podemos separar a fé da vida. Mais que perguntar o que nós cremos, é perguntar como nós vivemos. A fé e o amor, a fé e a vida, estão conectados. A fé e a doutrina devem nos ajudar a amar a Deus e a todos, pois, como diz São Paulo, se eu não tenho o amor, de nada adiantaria.”
O Bispo pediu que o trabalho seja feito sob a invocação do Espírito Santo “que chega ao coração, e que é o amor. Que em todos os trabalhos, possamos colocar o nosso coração, porque onde está o amor está Deus”, e, de coração, agradeceu a disponibilidade dos voluntários: “Este trabalho de vocês tem a ver com o ministério de curar, não se deve mexer em uma ferida se não for para curá-la. Exorto-os a acolher a todos com compaixão e hospitalidade. Nós somos motivados pela esperança, guiados pelo Espírito Santo e temos Jesus como salvador, por isso, nossa história sempre deve acabar bem”.