24 de abril de 2024

Jundiaí /SP

Quem é generoso não julga

Confira, a seguir, a meditação matutina proferida pelo Papa Francisco no dia 18 de março de 2019, na Capela da Casa Santa Marta.

Julgar e condenar, quase como se todos fôssemos ‘juízes’, esquecendo-nos sempre do perdão, é um hábito ao qual já não prestamos atenção. Mas a Quaresma poderia ser a ocasião para viver um novo método nas relações com os outros, privilegiando totalmente a misericórdia e a generosidade…

Referindo-se ao trecho evangélico de Lucas proposto pela liturgia (6, 36-38), Francisco observou que ‘há um mandamento, digamos, de Jesus, um conselho, mas um conselho que é muito difícil de concretizar: “Sede misericordiosos, como o vosso Pai é misericordioso”’. Porque ‘Deus é todo misericórdia, todo misericórdia’. … Portanto, insistiu o Papa, ‘poderás cometer erros na vida, mas se te aproximares de Deus e olhares para ele, Ele com a sua misericórdia perdoa-te, recebe-te’.

‘A misericórdia de Deus — repetiu o Papa – é algo tão grande, muito grande. Não nos esqueçamos disto’.(…)

O excerto do Evangelho de Lucas, afirmou o Pontífice, ‘indica-nos três aspectos para compreendermos melhor como sermos misericordiosos ou para nos pormos no caminho para sermos misericordiosos’.

Antes de tudo diz-nos: “Não julgueis e não sereis julgados”. (…)

Francisco convidou a pensar ‘em quantas vezes por dia julgamos. Parecemos todos juízes! Todos! (…) É um hábito: vem espontâneo, até inconscientemente’.

‘Nesta Quaresma estejamos atentos a isto’ propôs o Pontífice. ‘Se eu quiser ser misericordioso como o Pai, como Jesus me disse, devo pensar: quantas vezes por dia julgo? E não sereis julgados. (…)

A segunda expressão que se encontra no trecho de Lucas é: ‘Não condeneis e não sereis condenados’. De resto, observou Francisco, ‘muitas vezes vamos além do juízo: “E esta atitude de condenar sempre vem espontânea. É terrível’.

Face a este modo de agir, o Papa questionou-se: ‘O que nos diz Jesus? Se tens este hábito de condenar — explicou — pensa que tu serás condenado, porque com este comportamento fazes com que o Senhor veja como Ele se deve comportar contigo’.

A terceira expressão que o Evangelho nos propõe: ‘Perdoai e sereis perdoados’. Mesmo se, reconheceu o Pontífice, ‘é muito difícil perdoar. Muito difícil. Mas também é um mandamento que nos detém diante do altar, antes da comunhão’.(…) ‘Inclusive no Pai-Nosso — afirmou o Papa — Jesus ensinou-nos que esta é uma condição para obter o perdão de Deus. “Perdoai-nos as nossas ofensas assim como nós perdoamos quem nos tem ofendido”. Damos a medida a Deus de como se comportar conosco’.

‘Não julgueis, não condeneis, perdoai e assim sereis misericordiosos como o Pai. Este é o conselho do Evangelho de hoje’ repetiu Francisco. (…)

‘Dai e ser-vos-á dado’ foi a atitude que o Pontífice propôs. E certamente ‘“ser-vos-á dado numa boa medida, cheia e transbordante”, porque o Senhor será generoso: se dermos um e Ele dar-nos-á cem de tudo o que dermos. Esta é a atitude que fortalece o não julgar, o não condenar e o perdoar’. Eis então ‘a importância da esmola, mas não só a esmola material, também a espiritual: dedicar tempo ao próximo que tem necessidade, visitar um doente, sorrir. Muitas coisas. Esta é a esmola espiritual’.

‘Vamos em frente nesta Quaresma — propôs Francisco — pelo menos tentando não condenar os outros nas nossas conversas, não julgar e perdoar, e para que o Senhor nos conceda esta graça, pois é uma graça que o Senhor nos concederá se a pedirmos e fizermos um esforço para sermos generosos com os outros’. E assim ‘sermos generosos na esmola, com o tempo, com a atitude, ser generosos sempre com os outros: primeiro os outros, depois nós’…

Papa Francisco

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