16 de abril de 2024

Jundiaí /SP

Paróquia da Vila Arens completa 100 anos com chegada de salvatorianos, formação e muita história

Foi no dia 11 de dezembro de 1922 que os primeiros padres salvatorianos chegaram a Jundiaí: Vicente Hirschle e Eucário Merker. A pedido do Cônego Higino de Campos, eles assumiram uma pequena capela, a Capela de Santa Cruz, no alto da Vila Arens, hoje Praça Quintino Bocaiúva, popularmente conhecida como “Largo da Feira”. E foi ali que nasceu oficialmente a Paróquia Nossa Senhora da Conceição de Vila Arens, no ano seguinte, hoje um dos grandes patrimônios de Jundiaí. No dia 8 de dezembro, data em que se celebra a Imaculada Conceição, toda comunidade da Vila Arens, comemora 100 anos de uma das igrejas mais belas da cidade, com missa solene presidida pelo Bispo Diocesano, Arnaldo Carvalheiro, às 19h.

Esses 100 anos de história se confundem com a história e o crescimento do próprio bairro.  E não é à toa. O  terreno onde foi erguido a igreja foi  doado pela Companhia de Fiação e Tecidos São Bento.  Em seu interior, destacam-se as pinturas do artista sacro Bruno De Giusti que na década de 70, pintou o interno da igreja. Nos quadros da pintura, estão retratadas pessoas reais da paróquia. O órgão alemão e o carrilhão dos 4 sinos (um dos quais é um dos maiores da América Latina) são destaques também do local.

“Os 100 anos dessa linda igreja serão celebrados junto com a chegada da nossa congregação à cidade. Fizemos história, fundamos um dos maiores colégios católicos do estado de São Paulo e podemos dizer que ajudamos na formação de milhares de pessoas. Realmente a história se mistura e temos que celebrar muito”, comemora padre Jair Carlesso, vigário paroquial e diretor do Colégio Divino Salvador.

E mais história

A Sociedade do Divino Salvador, SDS, nasceu do carisma do Padre João Batista Jordan (nome de batismo). A beatificação do Padre Francisco Jordan, nome adotado por ele, é fruto de um processo minucioso de estudo de sua vida e dos seus escritos, juntamente com a análise de uma graça alcançada pela intercessão dele, ocorrida em Jundiaí mesmo. Comprovada como um milagre sem explicação racional ou científica, após um processo que contempla o parecer de uma junta de médicos e uma comissão teológica do Vaticano, a beatificação aconteceu em maio de 2021, na Basílica São João de Latrão, em Roma.

A beatificação do fundador da Família Salvatoriana  constitui, portanto, um reconhecimento e legitimação do carisma salvatoriano e uma reafirmação de que o trabalho desenvolvido por todos dos salvatorianos continua sendo essencial para a Igreja e para o mundo de hoje.

Os religiosos Salvatorianos atualmente também estão presentes na Arquidiocese de São Paulo. Atuam na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, em Moema, Região Episcopal Ipiranga; e na Paróquia São João Batista, no Jardim Colonial, Região Episcopal Belém. Além disso, estão situados no território da Arquidiocese a Sede Provincial dos Religiosos Salvatorianos e o Instituto Doze Apóstolos (seminário internacional salvatoriano de Teologia), ambos no bairro no Jabaquara.

Fogo

A igreja tem tanta história que o incêndio na torre, em 1957, ficou lendário na cidade e região. O incêndio atingiu a torre do relógio em 2 de maio daquele ano. Contam os mais antigos que o vigário da época, padre Alberto Betke, chorava enquanto os bombeiros combatiam as labaredas.

Mas uma grande quantidade de voluntários foi ao local, esvaziando a igreja, pois temia-se que o fogo atingisse o resto do prédio. Empresas da cidade como a Cica e Argos, que tinham brigadas de bombeiros, apoiaram os bombeiros da cidade. Foi necessária ainda a ajuda de três guarnições de São Paulo, que melhor equipadas (inclusive com escada Magirus), auxiliaram no combate ao incêndio. Um desses voluntários ficou levemente ferido, tendo sido atendido pelo Samdu (Serviço de Assistência Médica Domiciliar de Urgência), órgão que ficava no lado direito na descida da Rua Major Sucupira, perto da antiga Companhia de Comunicações do Exército, a Ciacom.

Segundo o site Jundiaí Agora, que publicou matéria sobre o assunto em 2021, os padres Paulo de Sá Gurgel, então diretor Ginásio Divino Salvador e Ditmar Graeter, diretor do Seminário que funcionava no prédio da escola, disseram acreditar que o incêndio de maio de 1957 iniciou-se com um curto circuito na área do órgão da igreja, tendo as chamas subindo pela torre e atingido o relógio, que ficou totalmente destruído, assim como a estrutura de madeira que sustentava os três sinos que caíram sobre a laje de um dos andares da torre. Os sinos que pesavam 1.500, 800 e 300 quilos, respectivamente, ficaram danificados. Felizmente os prejuízos foram apenas de ordem material e algum tempo depois foram totalmente reparados.

Texto: Hanaí Costa Tavares

Confira as fotos da missa solene presidida por Dom Arnaldo, em 8 de dezembro

Fotos: Pascom Paroquial 

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