A profissão de fé dos coroinhas e acólitos
Na saudação, o Pontífice recordou a importância dos coroinhas e acólitos na missa, cada vez que se aproximam do Altar por poder “colaborar de perto” para o milagre da pequena partícula de pão que se torna Corpo de Cristo e o vinho do cálice que se torna Sangue de Cristo. “Os teus olhos não veem Jesus, mas o coração e os lábios adoram-No”, escreveu o Papa na mensagem, ao acrescentar:
“Hás de comportar-te como convém no serviço das coisas santas. A tua atitude interior e exterior esteja de acordo com o que fazes, sobretudo quando te encontras junto do altar, quando fazes o sinal da cruz, quando te ajoelhas, quando estás sentado ou quando participas na oração e nos cânticos em comum. Animado de respeito e recolhimento interior, o teu serviço de coroinha ou acólito tomar-se-á uma profissão de fé para a comunidade. Para isso, põe todo o entusiasmo da tua idade no encontro com Jesus escondido sob o véu eucarístico. Oferece a Jesus as tuas mãos, os teus pensamentos e o teu tempo, e Ele não deixará de te recompensar.”
“Sê santo”, mas “sê original”
O Papa, então, trouxe o exemplo dos Santos que encontraram na Eucaristia “o alimento para o caminho de perfeição, senão mesmo da vida corporal”, como o Santo Cura d’Ars e a Beata Alexandrina de Balazar – 14 anos se alimentando apenas da Comunhão: “quantas vezes eles se comoveram até às lágrimas na experiência de tão grande mistério”, lembrou Francisco, vivendo “horas indescritíveis de alegria diante do Santíssimo Sacramento”. A primeira coisa que pede Jesus, assim, é ser santo; a segunda, afirmou o Pontífice, é ser original, como exorta o tema da peregrinação deste ano. O próprio Beato Carlo Acutis já observava que “todos nascem como originais, mas muitos morrem como fotocópias”.
Por isso, o Papa encorajou os coroinhas e acólitos a não copiar o modo de ser e de viver a santidade dos outros, através de um pensamento já compartilhado na sua Exortação Apostólica “Christus vivit”. São testemunhos que pode ser úteis para estimular e motivar, mas não para copiar:
“Tens de descobrir quem és e desenvolver o teu modo pessoal de seres santo, independentemente daquilo que digam e pensem os outros. Fazeres-te santo é tomar-te mais plenamente tu próprio, aquele que Deus quis sonhar e criar, não uma fotocópia. A tua vida deve ser um estímulo profético que sirva de inspiração para os outros, que deixe uma marca neste mundo, aquela marca única que só tu poderás deixar (nº 162)”.
Coroinhas e Acólitos, sigam a esperança de Deus!
Por fim, o Pontífice também exortou a invocar São José, Guardião da Sagrada Família e Padroeiro da Igreja Universal, para “servir sempre dignamente o milagre da descida de Jesus à terra que diariamente se realiza nos Altares”.
“Por favor, queridos coroinhas e acólitos, não se deixem cair na mediocridade, que rebaixa e nos torna cinzentos. Mas a vida não é cinzenta, a vida deve apostar em grandes ideais. Não sigam pessoas negativas, mas continuem a irradiar à sua volta a luz e a esperança que vêm de Deus! Como sabem, esta esperança não desilude; nunca desilude! Com Deus, nada se perde, mas sem Ele tudo está perdido. Não tenham medo, pois, de se lançarem nos braços do Pai do Céu, e confiarem n’Ele, que providenciará fazer de nós o santo original que Ele quer.”