A Igreja está celebrando neste outubro o Mês Missionário Extraordinário, instituído pelo Papa Francisco com o objetivo de despertar, em medida maior, a consciência da missio ad gentes e retomar com novo impulso a transformação missionária da vida e da pastoral.
O chamado da Igreja para este mês reforça o pedido que tem marcado o pontificado de Francisco: de ser uma Igreja em saída, que não se acomoda nas paróquias esperando que as pessoas “venham”, mas que “vai” em busca dos afastados, dos que se encontram nas periferias geográficas e existenciais.
É com alegria que a Diocese de Jundiaí experimenta a graça de Deus agindo sobre os fiéis diocesanos, vendo que muitos se dispõem a sair e evangelizar de várias formas: Os milhares de agentes pastorais que se dedicam a visitar os doentes, à catequese, ao socorro dos pobres, às pessoas com deficiência, às atividades litúrgicas, entre muitas outras pastorais; os grupos de rua que são um sinal nos bairros das cidades, chegando até as casas das pessoas; equipes de catequistas que saem das próprias paróquias para catequisar em outras cidades e até mesmo em dioceses próximas, entre outras iniciativas que brotam no seio das comunidades.
Há também quem se disponibiliza a ir mais longe. Pessoas de diversas condições e estado de vida: famílias, solteiros, jovens, padres, consagrados que deixam tudo para ir a lugares com pouca ou sem a presença da Igreja para ser um sinal do amor e da misericórdia de Deus.
A seguir, o leitor confere aonde a Diocese de Jundiaí está presente em missão pelo Brasil e pelo mundo. Clique na imagem para ampliar.
Na missão, a experiência concreta do amor de Deus
“Somos Fernando Passoni e Mariana Vicente Mezzalira Passoni, da cidade de Salto, casados há quatorze anos. Temos nove filhos e somos da 4ª Comunidade do Caminho Neocatecumenal da Paróquia São Benedito.
Quando nos casamos, logo Deus nos abençoou com o nosso primeiro filho. Não obstante, vieram os outros filhos, ainda que na debilidade, já que a cada gestação, os partos fossem complicados (todos foram cesáreas). Na vida em família, vivemos constantes combates, até chegar num ponto que nosso casamento estava praticamente destruído.
Mas Deus interveio e, através da Palavra da Igreja, dos nossos catequistas e da oração da nossa comunidade, o Senhor foi pouco a pouco reconstruindo nosso casamento, e nos foi possível entrar no perdão. Ao experimentarmos de forma tão concreta esse amor de Deus para conosco, sentimos o coração extremamente agradecido, então, em 2012 nos levantamos ao chamado para ser Família em Missão. Em julho do mesmo ano, fomos enviados para o Sol Nascente, na cidade-satélite de Ceilândia – Distrito Federal, na Paróquia Cristo Rei, com o Pe. Claudemir de Andrade.
A região é uma invasão que, segundo o IBGE de 2011, era a segunda maior favela da América Latina (hoje, segundo a associação dos moradores, já ultrapassa os 120 mil habitantes). Chegando, nos deparamos com uma realidade na qual a família se encontra deteriorada, as pessoas possuem vários filhos, mas não com o mesmo companheiro, muitas feridas causadas por abusos sexuais, uso de drogas e alcoolismo, violência e, principalmente, a falta de ouvir a Palavra de Deus.
Pe. Claudemir pediu que levássemos à frente uma das capelas daqui, dedicada à Santa Maria Goretti, que se encontrava numa situação muito precária. Inicialmente, a capela dividia espaço com uma marcenaria, e somente cerca de quarenta pessoas frequentavam a missa dominical. Pouco a pouco, com o anúncio nas casas, as catequeses de pré Eucaristia, Perseverança e Crisma, terço nas casas, via-sacra às sextas-feiras durante a Quaresma, etc., esse número foi aumentando (atualmente, temos cerca de 140 crianças inscritas na catequese e, nas missas dominicais participam cerca de 150 fiéis), além de terem nascido, na capela, duas comunidades do Caminho Neocatecumenal.
Temos feito também a experiência de realizar a Eucaristia nas casas das pessoas afastadas da Igreja. Vamos até a casa, damos nossa experiência, pedimos permissão para fazer a missa e, no dia marcado, convida-se a vizinhança para participar da celebração.
Para nós, é um sinal muito forte ver a presença de Cristo vivo no sofrimento desses inocentes! O Senhor tem ido à frente também ao que concerne ao território da capela, que hoje não mais precisa dividir espaço com a marcenaria, mas sim, possui um terreno maior e que dá mais dignidade às celebrações eucarísticas.
De tudo isso, vemos como o Senhor é bom, pois esse tempo de missão tem, principalmente, nos ajudado a nos fortalecer como família cristã, sustentando nosso casamento, na passagem da fé aos filhos (que muitas vezes são luz para nós), no combate em defesa da abertura à vida e ao fazermos a experiência de Jó: se antes ouvíamos falar do amor de Deus, hoje temos oportunidade de experimentá-lo, tocando a Cristo nos acontecimentos dessa missão.
Ainda ecoam em nossos corações as palavras do Papa Francisco ao nos enviar durante a audiência do dia 1º de fevereiro de 2014, que nos confirmou estarmos fazendo a vontade de Deus, e nossa reta intenção é continuar em conformidade com a vontade d’Ele, em comunhão com os padres, os catequistas, e a Igreja, certos de que devemos estar onde o Senhor nos quiser e dispostos a sempre dizer `Sim` a Ele.
Nesse sentido, pedimos que sempre rezem por nós, por nossos filhos, por esta missão e, principalmente, pela nossa conversão!
Que a paz de Cristo Ressuscitado permaneça com todos!
Fernando e Mariana, e as crianças João, Miguel, Catarina, Sophia, Lucas, Beatriz, Daniel, Miriam e Verônica.”
A Igreja de Jundiaí é viva e acolhedora!
Neste mês de outubro, dedicado à missão, a Diocese de Jundiaí reverencia todos os missionários e missionárias cristãos leigos e leigas, seminaristas, religiosas(os), diáconos permanentes, presbíteros e bispo presentes na diocese; pessoas que fazem uma profunda experiência de fé e entregam suas vidas em favor do anúncio da Palavra de Deus.
Celebrado em todo o mundo, este Mês Missionário Extraordinário traz o tema “Batizados e enviados: a Igreja de Cristo em missão no mundo”. Certamente, a iniciativa, convocada pelo Papa Francisco, em muito contribuirá para despertar e fortalecer nossa vida e a vida da nossa Igreja, pois o encontro com Jesus Cristo deve nos convencer cada vez mais de que a vida se torna rica e fecunda quando, pela graça do Espírito Santo, a entregamos na realização daquilo que Deus está nos pede.
Assim, o Mês Missionário é um convite para permanecermos abertos à força da missão.
A Diocese é um campo fértil de missão e mantém missionários por toda parte (confira nas páginas 6 e 7), mas também acolhe com carinho todos os que aqui chegam. A começar pelo nosso Bispo Dom Vicente, natural de Malta. Sentindo o chamado de Deus, esse grande missionário católico continua a missão na Igreja Particular de Jundiaí, depois de inúmeras experiências por outras terras em nosso País. No próximo mês de dezembro, completam-se 10 anos de sua nomeação para a Diocese de Jundiaí.
E assim como ele, lembramos o importante trabalho das Irmãs da Congregação das Missionárias de Cristo que seguem o carisma da evangelização aos abandonados, realizando essa missão em dois segmentos: o atendimento e a educação à criança empobrecida e evangelizando às pessoas mais pobres e marginalizadas que vivem em zonas rurais ou nas periferias das grandes cidades. Nascida em Jundiaí, em 1939, as religiosas têm por lema “Servindo ao Senhor com alegria” (Sl 99,2) e tendo por modelo Maria, a primeira missionária.
Em Jundiaí, elas estão presentes na Casa Geral e na Casa de Formação da Congregação, na Casa da Criança Nossa Senhora do Desterro e no Aprendizado Dom José Gaspar. Em Louveira estão a Casa de Assistência Madre Maria Hylza, onde as irmãs desenvolvem um trabalho de evangelização através de visitas domiciliares às famílias e também auxiliam na formação de catequistas. E não é só isso! A congregação ainda está presente na Diocese de Presidente Prudente no interior de São Paulo; na Diocese de Marabá, no Pará, onde estão em três comunidades em três paróquias; na Diocese de Ipameri, em Goiás, com duas comunidades, onde as religiosas assumiram a responsabilidade da Paróquia por falta de sacerdotes e, na Arquidiocese de Lanciano, na Itália, além de missões volantes e missões populares.
A Igreja de Jundiaí também acolhe as irmãs do Instituto das Irmãs Oblatas da Virgem de Fátima. A congregação está presente no Brasil, exclusivamente em Jundiaí desde 2006. Aqui residem quatro irmãs: Irmã Carmen Sandoval, mexicana, Irmã Francesca Perone, italiana, Irmã Leopolda Ledesma, filipina, e Rafaela Cerqueira, brasileira, que tendo por carisma seguir o exemplo de Cristo em sua disposição a servir ao Pai, trabalham na Paróquia São João Batista como Ministras Extraordinárias da Comunhão Eucarística, na catequese, JMJ, eventos e visitas domiciliares, animam dias de espiritualidade e encontros de caráter mariano. Também realizam seu apostolado nas Pastorais do Menor, da Criança, do Idoso, Fraternidade Cristã de Pessoas com Deficiência.
Aqui também estão os catequistas itinerantes do Caminho Neocatecumenal, equipe formada por quatro missionários espanhóis: Padre Joaquín Anton Carrazoni, o casal Melchor e Elvira Delgado e Miguel Alvarez.
A vida dessas pessoas que vivem e anunciam o Evangelho, em especial por seu testemunho de fé e solidariedade, é um sinal e de que a Missão transforma tudo, pois vem de Deus; é graça de Deus!
A Diocese acolhe com carinho e agradece a Deus pelo bom testemunho que dão do Evangelho e por estarem vivenciando o caminho do Estado Permanente de Missão.
Que a Missão transforme a vida de cada pessoa e de toda a Igreja!
Oração para o Mês Missionário Extraordinário
Pai Nosso,
O Teu filho unigênito Jesus Cristo,
Ressuscitado entre os mortos,
confiou aos seus discípulos o mandato:
“Ide e fazei discípulos todos os povos”.
Recorda-nos que, pelo batismo,
Tornamo-nos participantes da missão da Igreja.
Pelos dons do Espírito Santo, concede-nos a graça
De sermos testemunhas do Evangelho, corajosos e vigilantes,
para que a missão confiada à Igreja,
ainda longe de estar realizada,
encontre novas e eficazes expressões
que levem vida e luz ao mundo.
Ajuda-nos, Pai Santo,
A fazer com que todos os povos
possam encontrar-se com o amor
e a misericórdia de Jesus Cristo,
Ele que é Deus convosco, vive e reina
na unidade do Espírito Santo,
agora e para sempre.
Amém.