A inveja é resultado de dois sentimentos: tristeza e alegria. A inveja faz o homem entristecer-se com o bem alheio e alegrar-se com mal do outro. Onde podemos ver a inveja? Na discórdia, no ódio, na alegria maliciosa, na murmuração, nas segundas intenções, nos ciúmes e nas calúnias. A inveja está em alta nos nossos dias, pois somos educados com a crença de que “querer é poder” e sempre queremos tudo e já, sendo assim, invejar os outros passa a ser uma regra de vida.
A pregação de Jesus contra a inveja não salvou todos os invejosos. Pilatos invejava o poder do Senhor; Anás, Sua inocência; Caifás, Sua popularidade; Herodes, Sua superioridade moral; os escribas e fariseus Sua sabedoria. O que fizeram esses invejosos? Crucificaram Jesus entre os malfeitores para que Ele não fosse invejado.
Jesus que tinha nascido pobre ente um boi e um jumento foi crucificado entre dois ladrões. Que insulto, pois, assim, o povo teria a concepção de que eram três ladrões, o que tinha sua lógica: dois roubaram ouro por inveja e por avareza; um roubou coração por amor. Podemos ver assim nas cruzes as palavras: inveja, misericórdia e piedade.
O mau ladrão inveja o poder. “Se és o Cristo, salva-te a ti mesmo e a nós” (Lc 23, 39); o bom ladrão piedosamente diz: “Senhor, lembra-Te de mim quando entrardes no teu reino” (Lc 23,42). Que falta de lógica: um moribundo pede a outro moribundo a vida; um pobre pede a outro pobre um reino. Assim, aquele que não invejava nada, recebeu tudo: “Em verdade eu te digo, hoje mesmo estarás comigo no Paraiso”. A nossa inveja nos move a pedir coisas erradas e as vezes pedimos ao Senhor para nos descer da cruz e não percebemos que, na cruz, o Senhor nos mostra o caminho do Céu.
Seminarista Edisandro de Lima Rocha