29 de março de 2024

Jundiaí /SP

A vida gera oportunidades!

“Aproveitem ao máximo todas as oportunidades” (cf. Cl 4,5).

 

O título deste artigo já nos apresenta três palavras que, por si sós, expressam muitas coisas e inspiram muitas reflexões. Poderíamos ficar horas e dias refletindo sobre cada uma delas e, ainda, seguramente, não esgotaríamos tudo o que podem significar para cada um e cada uma de nós. A palavra vida em si mesma já nos diz muito, pois nascemos para viver e passamos a vida inteira buscando fazer isso da melhor maneira possível. Às vezes nos equivocamos nas escolhas, mas, ainda assim, a nossa intenção, consciente ou inconscientemente, é procurar viver mais e melhor. Procuramos “portos seguros” que nos deem acolhida e aconchego, possibilitando a cada um escrever a sua própria história.

 

Já o verbo gerar é profundamente belo, pois indica exatamente a “gestação” de vida. As palavras deste artigo mesmo foram gestadas no coração e na mente, antes de serem escritas e impressas, pois tudo que fazemos e produzimos passa ou precisa passar pela nossa mente e pelo nosso coração. As músicas e poesias, antes de serem escritas e compostas, são geradas na mente e no coração do compositor e do poeta. Nascemos para gerar em nós mesmos atitudes e bons costumes que podem ajudar o mundo, nossa casa comum, a ser cada vez melhor. O mundo pode ser um espaço mais agradável, onde homens e mulheres, com suas diferenças, consigam conviver com mais paz e harmonia.

 

Sinceramente, acredito que o ser humano foi gerado por amor e para amar. Porém, tenho a impressão de que no mundo atual, às vezes, há um clima hostil entre as pessoas. Parece-me que existe algo que precisa mudar nos nossos relacionamentos humanos. Às vezes, percebemos que um ambiente marcado pela raiva, pela intolerância e pela indiferença nos circunda. Pior ainda quando as pessoas agem movidas pelo ódio.

 

É bastante oportuno que pensemos sobre isso e façamos uma sincera reflexão sobre nós mesmos e sobre o nosso modo de viver. Precisamos nos perguntar com toda sinceridade: o que temos gerado no dia a dia da nossa vida? Pelas nossas atitudes e reações, temos gerado amor ou ódio? Paz ou violência? Diálogo ou rivalidade? O filósofo Bertrand Russell (1872-1970) dizia que “o amor é sábio e o ódio é tolo”. É imprescindível que a sabedoria vença a estupidez. O Brasil e o mundo precisam de multiplicadores que gerem o entendimento, que gerem o respeito. Enfim, que gerem o amor. Pois, o amor gerado em nós tem o poder de fazer maravilhas por onde passamos e com quem convivemos. Precisamos transformar todos os nossos impulsos e sentimentos ruins em pensamentos e hábitos bons. O nosso comportamento precisa ser “transfigurado”, para que continuemos sonhando com um amanhã melhor. Por exemplo, a bailarina e psicóloga, Edith Eva Eger, uma sobrevivente do Holocausto (que foi entrevistada por Pedro Bial no seu programa na noite do último dia 24 de maio), diz que quando vivia no terrível e temido campo de concentração de Auschwitz, ela olhava para os soldados e, no coração dela, transformava a raiva, o ódio em misericórdia. Esta atitude não é nada fácil, pois, prontamente queremos nos vingar de tudo e de todos e, no entanto, transformar é um bom caminho para juntos gerarmos um futuro melhor.

 

E, por fim, a palavra “oportunidade”. De um lado, desde muito cedo aprendemos que é preciso saber aproveitar todas as oportunidades que se apresentam no decorrer da nossa história. Todos procuram uma oportunidade na vida, que possa mudá-la para melhor. No campo acadêmico e profissional ficamos sempre à espera de oportunidades melhores. E, por outro lado, podemos dizer que a vida é feita de oportunidades. É preciso prestar atenção nos detalhes de cada momento e saber transformá-los em ideais e boas ações em proveito próprio e do nosso próximo.

 

Será que uma oportunidade só é boa quando se vive alguma experiência agradável? Não, pois, tudo o que vivemos pode ser uma oportunidade. Tudo de bom ou de desafiador pode ser uma excelente oportunidade para uma sábia decisão de nossa parte. De uma queda, podemos nos levantar mais fortes. De um pranto, podemos descobrir a beleza do sorriso. De uma despedida, podemos aprender a importância da presença. O fato é que os piores acontecimentos podem gerar o melhor dentro de nós mesmos. Isso não é uma contradição, mas é uma situação possível e razoável. Mesmo agora, mesmo enfrentando mais de um ano desta nefasta pandemia, esta pode ser uma grande oportunidade para todos darem um passo na direção do que é essencial para se viver a vida da melhor maneira possível. Estamos tendo uma oportunidade de ouro para sairmos de nós mesmos e vermos o outro e suas necessidades; vermos o mundo com outros olhos. Afinal não estamos aqui por acaso. Estamos tendo uma chance de ouro de ver a vida como ela é: um grande presente da gratuidade do amor divino, pois a vida sempre, e em todas as suas diversas circunstâncias, gera oportunidades! Que todas as oportunidades que enfrentamos gerem muita vida para nós e para todos.

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