21 de setembro de 2023

Jundiaí /SP

A 56ª Assembleia Geral da CNBB

A preocupação dos Bispos pela “solicitude por todas as Igrejas” (2Cor 11,28).

 Prezados Irmãos e Irmãs da Igreja de Deus que se faz presente na Diocese de Jundiaí:

Nos dias 11 a 20 de abril deste ano, realizou-se a 56ª Assembleia Geral da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) nas dependências do Santuário Nacional de Aparecida, a “Casa da Mãe”, em Aparecida (SP). Mais de 400 Bispos deste imenso país, assessores e convidados participaram deste evento, além do Núncio Apostólico, Dom Giovanni d’Aniello, o representante do Papa no Brasil.

Os Bispos, sucessores dos Apóstolos, receberam a grave e exigente missão de pastorear suas Igrejas Particulares em nome de Jesus, o Bom Pastor. A Assembleia Anual dos Bispos do Brasil, realizada uma vez por ano, tem o objetivo de promover a vida e a missão da Igreja no país. Certamente, é um instrumento muito válido e importante para auxiliar cada Bispo na direção de sua Igreja local, expressando assim a comunhão entre os Bispos e sua preocupação pela “solicitude por todas as Igrejas” (2Cor 11,28) que se fazem presentes em todo o território nacional.

Não é sem sentido que a Assembleia Geral dos Bispos acontece quase sempre no período após a celebração da Páscoa. Apesar dos grandes desafios e as dificuldades pelos quais atravessa o país na área política e social, como também fatos que abalaram recentemente a vida interna da própria Igreja, é preciso reafirmar nossa fé na presença do Senhor em nossa história. Este foi o destaque da homilia proferida na Missa de Abertura da Assembleia Geral, presidida pelo Cardeal Sérgio da Rocha, Arcebispo de Brasília e Presidente da CNBB: “Alegrai-vos e exultai. Este é o convite que a Igreja nos tem feito neste Tempo Pascal. A alegria pascal continua a ecoar na vida da Igreja. (…) Por que alegrar-se em meio a tantos desafios? Por que alegrar-se em meio a tantas situações de sofrimento? Porque o Senhor Ressuscitou, proclama a Igreja. (…) Nós nos alegramos porque unidos a Cristo e graças a ele, nós também podemos superar os desafios e caminhar numa vida nova”. Animados pela força do Espírito Santo, no decorrer de toda a Assembleia Geral, nossos Bispos tiveram oportunidade para refletir, trocar experiências, elaborar documentos, e principalmente orar pelo país e pela nossa Igreja, renovando sua fé e seu amor no Cristo Senhor que jamais abandona sua Igreja (cf. Mt 28,20).

Como em outras Assembleias, esta teve como Tema Central: “A formação dos presbíteros no Brasil”. Na verdade, já foram elaboradas diretrizes sobre esta temática em outras Assembleias Gerais. Porém, especialmente à luz do magistério do Papa Francisco e da publicação do Documento da Congregação para o Clero da Santa Sé (Ratio Fundamentalis – O Dom da Vocação Presbiteral) (08/12/2016), que estabeleceu diretrizes para a formação dos presbíteros para a Igreja Universal, como também constatando as recentes e rápidas transformações no mundo e na Igreja, os Bispos do Brasil decidiram apresentar novas diretrizes, atualizando aquelas anteriores, em vigor até então. Deste modo, após muita reflexão e consulta, a Assembleia Geral da CNBB deste ano elaborou as novas Diretrizes para a Formação dos Presbíteros da Igreja no Brasil, que após serem aprovadas pela Santa Sé serão publicadas no Brasil.

Estas novas Diretrizes basicamente abordam duas questões fundamentais: (1) a formação inicial para o presbiterado, desde o despertar do chamado de Deus no coração do vocacionado, a ajuda da família e da comunidade local, até os vários espaços da formação, como são as etapas do Propedêutico, da Filosofia, da Teologia e aquela propriamente pastoral; (2) a formação permanente do presbítero, pois uma vez ordenado, o presbítero precisa sempre aprimorar sua formação humana, comunitária, espiritual, intelectual e pastoral-missionária. Nesta tarefa torna-se imprescindível a organização da Pastoral Presbiteral em cada Diocese.

No decorrer da Assembleia Geral foram tratados vários temas emergentes da vida da Igreja e da sociedade brasileira, sempre na perspectiva da evangelização, como por exemplo: Mensagem ao Povo de Deus (Leia na página 4); a análise da conjuntura político-social e eclesial, destacando a presença da Igreja na cidade; Nota sobre as próximas eleições de outubro: “Compromisso e esperança”; a Igreja e o Estado laico; a grave situação dos imigrantes venezuelanos em Boa Vista (RR); o Ano Nacional do Laicato; a revisão do Estatuto Canônico da CNBB; a liturgia como momento privilegiado de evangelização; o Projeto das Igrejas-Irmãs; e a preparação para a Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos da Região Pan-amazônica, a ser realizada em outubro do próximo ano.

Nesta Assembleia foram eleitos quatro delegados para participarem, em nome do episcopado brasileiro, da 15ª Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, cujo tema será: “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”, a ser realizada em Roma, nos dias 3 a 28 de outubro deste ano. No decorrer da Assembleia foram lançadas as seguintes publicações: (1) uma nova versão dos Documentos do Concílio Ecumênico Vaticano II; (2) o subsídio: Fé Cristã e Laicidade, produzido pela Comissão Episcopal Pastoral da Doutrina da Fé, que trata da autonomia da dimensão civil e política diante da fé cristã em sua esfera religiosa e eclesiástica.

Como em todas as Assembleias Gerais, os Bispos tiveram um Retiro Espiritual no final de semana (14 e 15 de abril) pregado por Dom José Luís Azcona Hermoso, OAR, Bispo Emérito da Prelazia de Marajó (PA). A partir da última Exortação Apostólica do Papa Francisco: Gaudete et Exsultate – Sobre o chamado à santidade no mundo atual, o pregador exortou os Bispos a serem santos, com os olhos fixos no Cristo Crucificado, na força do Espírito.

Também como em outras Assembleias Gerais, foi realizada uma celebração ecumênica a partir da temática da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos deste ano (“A mão de Deus nos une e liberta” – Ex 15,1-21), sendo o Pastor José Carlos Marion, da Igreja Unidade Missionária Cristã (UMC), de Jundiaí, o pregador da Palavra de Deus que foi proclamada.

Queridos irmãos diocesanos: como se percebe, foram intensos os dez dias da última Assembleia Geral da CNBB, sempre num ambiente de grande afeto colegial e fraternidade eclesial. Peçamos a Deus, pela intercessão de Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, que os frutos desta Assembleia Geral tornem a Igreja do Brasil sinal mais autêntico e instrumento eficaz na consolidação do Reino de Deus em nossa amada pátria.

E a todos abençoo”.

Dom Vicente Costa
Bispo Diocesano

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