A Igreja Catedral, no centro de Jundiaí, acolheu a celebração da Solenidade de Corpus Christi, neste dia 19 de junho, reunindo centenas de fiéis leigos e religiosos.
A celebração foi presidida pelo Bispo Diocesano, Dom Arnaldo Carvalheiro Neto, e concelebrada pelos Padres Adriano Luís Zucculin, cura da Catedral; Leonardo Daniel de Oliveira e Rafael Guiglielmin de Godoy, vigários paroquiais, com assistência dos diáconos permanentes: Antonio Arnaldo Casarim, José Manoel Paes e Marcos José Lucena.
Baseada no Evangelho segundo Lucas, capítulo 9, versículos 11b-17, a homilia de Dom Arnaldo enfatizou que ao comungarmos do corpo e do sangue do Senhor, estamos comungando Jesus Cristo por inteiro, vivo e ressuscitado, e que comungar o corpo e o sangue de Cristo é comprometer-se com a sua vida e sua missão.
Após a Missa, a assembleia caminhou em procissão pelas ruas do centro de Jundiaí, numa verdadeira demonstração de unidade e compromisso dos fiéis em seguir os ensinamentos de Jesus Cristo e viver a caridade fraterna.
De volta à Igreja, Dom Arnaldo abençoou a todos com o Santíssimo Sacramento.
Pela Diocese, nos períodos da manhã ou à tarde, nas 71 paróquias e comunidades aconteceram com Missas e procissões dos fiéis sobre os tradicionais tapetes, recordando ao povo de Deus que celebrar o Corpus Christi é renovar o compromisso cristão com o amor.
Em Santana de Parnaíba, dentro das comemorações dos 400 anos de elevação à condição de Matriz da Igreja Santa Ana e 65 anos da confecção dos tradicional tapete de Corpus Christi, os fiéis confeccionaram 850 metros de tapete, no Centro Histórico da cidade, desenhado com 60 quadros. A festa atraiu milhares de fiéis e visitantes, que também acompanharam as Missas, momentos de espiritualidade e Adoração ao Santíssimo Sacramento, durante todo o dia.
As três paróquias de Cajamar, São Sebastião, São Paulo Apóstolo e Nossa Senhora da Alegria uniram-se para celebrar no Ginásio Poliesportivo Lamartine de Paula Lima, no centro da cidade. Durante a celebração, houve a renovação das promessas dos Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão Eucarística.
Após a Missa, em procissão, os fiéis percorreram a avenida Professor Walter Ribas de Andrade até a Praça Alfredo Sória, onde receberam a bênção final.
Em Várzea Paulista, no período da tarde, Dom Arnaldo celebrou para os fiéis católicos das sete paróquias que compõem a Região Pastoral 6. A concentração dos fiéis aconteceu na Arca da Aliança “Mãe da Divina Providência”, de onde o povo fiel saiu em procissão para a Missa Campal, no espaço ao lado do Centro de Educação e Cultura (CEU), onde Dom Arnaldo presidiu a Eucaristia.
Na homilia, Dom Arnaldo confidenciou que durante a procissão perguntou ao Pe. Adeilson: “para onde estamos caminhando?”, ao que o presbítero respondeu ao bispo: “Estamos caminhando para o CEU”, sim, ao Centro Esportivo Unificado, mas em primeiro lugar, ao Céu!”
Dom Arnaldo continuou: ” Somos povo a caminho da esperança e na unidade. Na esperança de chegarmos ao coração de Deus, unidos como irmãos nesse caminho rumo ao céu. Como é lindo vê-los aqui de cima. Que hoje tenhamos o coração bem aberto para Cristo Jesus que sempre vem ao nosso encontro para trazer sua paz, seu amor. A Eucaristia faz a Igreja na Comunhão, na Adoração e na Partilha”.
A Reqião Pastoral 06 é formada pela Paróquia Cristo Redentor, Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, Paróquia Nossa Senhora da Piedade, Paróquia Santo Antônio, Paróquia São Francisco de Assis, Paróquia Santa Luzia e Paróquia São Benedito.
CORPUS CHRISTI
A celebração de Corpus Christi é um ato litúrgico que convida os fiéis a refletirem sobre o mistério da comunhão e a renovarem sua fé no poder redentor do amor de Cristo. A expressão Corpus Christi, que em latim significa “Corpo de Cristo”, tem suas raízes na tradição e teologia católica. A festa foi criada no século XIII, para celebrar a presença real de Jesus Cristo no sacramento da Eucaristia, um dos mistérios centrais da fé católica.
A origem da festa remonta ao século XIII, em 1264, durante o pontificado do Papa Urbano IV. Essa celebração foi fortemente influenciada pelo milagre de Bolsena, ocorrido um ano antes, em 1263. Durante uma Missa na cidade de Bolsena, na Itália, um padre que duvidava da presença real de Cristo na Eucaristia testemunhou a hóstia consagrada sangrar ao ser fraturada, com o sangue manchando o corporal (o pano usado durante a liturgia Eucarística). Este evento milagroso fortaleceu a fé na presença real de Cristo no sacramento e impulsionou a criação de uma festa dedicada a este mistério.
Outra figura importante na origem de Corpus Christi foi Santa Juliana de Mont Cornillon, que, desde muito jovem, teve visões que mostravam a lua cheia com uma mancha escura. Ela interpretou isso como um sinal de que a Igreja estava carente de uma festa dedicada à celebração da Eucaristia. Santa Juliana compartilhou sua visão com o bispo local, o que chegou ao conhecimento do Papa Urbano IV.
Após o milagre de Bolsena e as influências de Santa Juliana, o Papa Urbano IV viu esses sinais como uma orientação divina para instituir a festa. Ele então solicitou a Santo Tomás de Aquino que compusesse os textos litúrgicos para a celebração. São Tomás criou várias peças, incluindo o famoso hino “Pange Lingua Gloriosi” e “Tantum Ergo Sacramentum” (Tão Sublime Sacramento), que ainda hoje são entoados durante as celebrações de Corpus Christi e em outras adorações eucarísticas ao redor do mundo. Inicialmente, a festa foi adotada localmente, mas logo se espalhou por toda a Igreja Católica, tornando-se uma solenidade universal, incluindo procissões públicas e adoração do Santíssimo Sacramento, simbolizando a presença de Cristo no meio do Seu povo.
Os Tapetes de Corpus Christi: Uma das manifestações mais visuais e artísticas dessa celebração é a tradição de criar tapetes coloridos pelas ruas por onde passam as procissões do Santíssimo Sacramento. A tradição de decorar as ruas para festas religiosas tem raízes antigas e é presente em várias culturas ao redor do mundo e no caso específico dos tapetes de Corpus Christi, acredita-se que essa prática começou na Europa durante a Idade Média, como uma extensão das celebrações litúrgicas que aconteciam nas ruas das cidades. A criação dos tapetes é considerada uma oferta devocional, uma forma de oração e meditação. Além disso, a natureza dos tapetes reflete a humildade e a efemeridade da vida humana em contraste com a eternidade de Deus. Esses tapetes representam uma expressão de adoração e respeito pelo sacramento da Eucaristia. Com símbolos e imagens, eles contam uma história ou refletem temas bíblicos, santos, eventos da vida de Cristo, ou aspectos da fé católica e são feitos com materiais diversos, como serragens, areia, flores, pedras e até materiais recicláveis.