As origens da cidade de Salto estão intimamente relacionadas à história da sede da primeira paróquia saltense. Considera-se a data de fundação da cidade o dia no qual a pequena capela do sítio da Cachoeira, erguida em honra de Nossa Senhora do Monte Serrat, foi abençoada e inaugurada, isto é, 16 de junho de 1698. Quatro meses depois, mais precisamente no dia 08 de setembro daquele ano, o povoado, que pertencia à vila de Itu, celebrava, pela primeira vez, a festa de sua padroeira. Na ocasião, muitos devotos que moravam na região central da vila de Itu compareceram para prestar suas homenagens à Virgem.
Em 1856, quando a capela já apresentava as marcas deixadas pelos anos, o povoado de Salto de Itu viu surgir a sua primeira irmandade. Com o nome de “Restauradora do Culto da Capela da Virgem”, essa irmandade tinha a missão de reformar e cuidar da capelinha que ficava às margens do rio Tietê. No ano de 1881, a confraria passou a intitular-se “Irmandade de Nossa Senhora do Monte Serrat”.
Foi no dia 06 de março de 1886 que o povoado de Salto de Itu passou à categoria de freguesia. Sob o regime do padroado régio, a freguesia era a menor divisão administrativa de caráter civil e eclesiástico. Isso significava que, apesar de não ser emancipada, Salto passava a ser reconhecida como paróquia, e seu pároco (dizia-se, à época, vigário) tinha relações de deveres e direitos perante a Co-roa. O primeiro vigário, porém, padre Gomes Reis, foi nomeado quase dois anos depois da criação da paróquia, e só chegou no dia 2 de fevereiro de 1888. Ali ficou apenas três meses.
Seria necessário esperar até 1892 para que um novo sacerdote estivesse à frente da paróquia: padre Bartolomeu Taddei, SJ, o grande propagador do Apostolado da Oração no Brasil. Paroquiou em Salto durante cinco anos. Foi nesse período que a aconteceu a primeira celebração do sacramento da Crisma na paróquia, com a vinda do bispo diocesano de São Paulo, dom Lino Deodato Rodrigues de Carvalho.
De 1926 a 1970, a Paróquia Nossa Senhora do Monte Serrat esteve sob os cuidados de um sacerdote que, conforme o testemunho dos paroquianos, mostrou a que veio. Trata-se do padre João da Silva Couto, nomeado pároco de Salto por dom Duarte Leopoldo e Silva, primeiro arcebispo de São Paulo. O vigário sacudiu os movimentos católicos já existentes e apoiou os que surgiriam mais tarde. Nesse sentido, merece especial menção o Círculo Católico, que se tornou o braço direito do padre Couto. A atual igreja matriz, construída de 1928 a 1936, teve sua pedra fundamental lançada no dia 12 de fevereiro de 1928. Essa construção conheceu um grande revés: o incêndio de 1935, que, além de consumir a primeira imagem de Nossa Senhora do Monte Serrat em Salto, poupando-lhe apenas a cabeça, comprometeu a finalização das obras, que teve de ser adiada.
Em 1966, ao completar 50 anos de ordenação sacerdotal, padre Couto, em reconhecimento por todo seu incansável trabalho, foi agraciado com o título de “capelão de Sua Santidade”, passando a ser chamado de “monsenhor”. Dois anos depois, já bastante fragilizado pelo peso dos anos, recebeu na pessoa do padre Mário Negro um auxiliar.
Padre Mário Negro foi um fiel colaborador do monsenhor Couto, assumindo, informalmente, a administração da paróquia, uma vez que o pároco se via privado das necessárias forças. Com a morte do monsenhor Couto, em 1970, padre Mário foi nomeado o novo pároco da cidade. Além de sua presença na vida da comunidade, foi notável sua atuação no Encontro de Casais com Cristo (ECC) e na realização de várias edições do Curso de Liderança Cristã (CLC), jocosamente chamado de COLOCO. Também ele, em 1978, tornou-se “monsenhor” Monsenhor Mário Negro, no final de seu paroquiado, ao ter completado setenta e cinco anos, achou por bem não apresentar a carta de renúncia de que fala o Código de Direito Canônico, pois gostaria de celebrar o terceiro centenário de Salto, em 1998, na condição de pároco. O bispo diocesano, dom Amaury Castanho, convencido da real necessidade da substituição, destituiu-o das funções em 1997, nomeando o padre José Raimundo Lucas Prazer como administrador paroquial. Monsenhor Mário faleceu em 2006.
Fonte: Revista Comemorativa do Jubileu de Ouro da Diocese de Jundiaí (2017)