1 de novembro de 2023

Jundiaí /SP

44ª AIP: Caminhada das Igrejas Particulares de SP

Na última sexta-feira, dia 20, lideranças pastorais de todo o Estado de São Paulo desembarcaram em Indaiatuba, no Mosteiro de Itaici, para a 44ª edição da Assembleia das Igrejas Particulares (AIP).

A 44ª AIP teve início com uma celebração que reuniu os participantes na capela central do Mosteiro e, após, em procissão, seguiram até o auditório onde ocorrerão as sessões do tema central.

“Momento rico em nossa caminhada eclesial: que possamos aproveitar bem a nossa Assembleia que nos ajudará a cumprir a ação evangelizadora em nossas arquidioceses e dioceses”, comentou o arcebispo de Ribeirão Preto e vice-presidente do Regional Sul 1, Dom Moacir Silva.

A Diocese de Jundiaí marcou presença com Dom Arnaldo Carvalheiro Neto, Bispo Diocesano; Dom Vicente Costa, Bispo Emérito; os padres Antônio Carlos dos Santos, Jorge Demarchi, Rafael de Araújo Santos e Leandro Megeto; o seminarista José Denilson Santos da Cruz; Maria Ângela Palma Ribeiro, coordenadora do Conselho Diocesano e Leigos; Maria Helena Barsanelli Sella, coordenadora estadual da Pastoral da Criança; e o secretário de Pastoral, Emerson Coletti.  Na foto, à direita do Pe. Antônio Carlos, está o presidente do Conselho Estadual da Renovação Carismática Católica (RCC-SP), Rinaldo José de Oliveira.

Durante a sessão de abertura, conduzida pelo Arcebispo de Sorocaba e presidente do Regional, Dom Júlio Endi Akamine, um vídeo institucional mostrou a realidade eclesial, social e econômica do Estado de São Paulo para favorecer o movimento de saída da Igreja, proposta central da AIP.

Em seguida, Dom Carlos Silva, Bispo Auxiliar de São Paulo e secretário da entidade, ressaltou que o método sinodal, aplicado na dinâmica da AIP, além de caminhar juntos, enquanto Igreja, quer ajudar os inscritos a “estarem juntos e construir processos”.

Dinâmica de grupo marca os trabalhos na AIP na manhã do sábado

 Uma missa, que rendeu graças aos bispos jubilares, deu início às atividades da AIP na manhã do sábado, dia 21. A celebração foi presidida pelo Bispo Emérito de Jundiaí, Dom Vicente Costa.

 

Durante a manhã, os participantes da AIP seguiram com a assessoria do Pe. Carlos Alberto Contieri, sobre o tema central e, em seguida, foram divididos pelas sub-regiões pastorais do Regional Sul 1, a saber, Aparecida, Botucatu, Campinas, Ribeirão Preto I e II, São Paulo e Sorocaba, para uma dinâmica de “Escutar o Senhor” por meio da leitura orante da Palavra de Deus.

Após duas sessões do tema principal, e interação com as lideranças, a AIP contou com a celebração da Missa, presidida pelo Cardeal Scherer, Dom Odilo Pedro, Arcebispo de São Paulo, e com encontros específicos entre os participantes.

À noite, os bispos, os padres coordenadores diocesanos de pastoral, entre eles, o Pe. Antônio Carlos dos Santos, coordenador da Ação Evangelizadora de Jundiaí, e as coordenações e assessorias das comissões, organismos, pastorais, movimentos e os representantes das dioceses, tiveram, respectivamente, encontros que trataram o tema da AIP a partir do campo de atuação em casa diocese do Estado.

Assembleia propõe Igrejas Paulistas em saída às periferias

 A principal missão da AIP é responder: “quais periferias reclamam nossas respostas e quais respostas daremos às periferias?”.
Coube ao Pe. Carlos Alberto Contieri, SJ, apresentar aos mais de 250 participantes da Assembleia pistas à luz do tema central que lança um olhar para as regiões periféricas. Em suas considerações iniciais, o presbítero resgatou catequeses do Papa Francisco para sublinhar a vocação missionária da Igreja “que não se deixa seduzir pelo sucesso e nem é prisioneira da aprovação dos outros”, disse. “A fé é êxodo. A fé é saída. É movimento de desinstalação. Ela é testemunho”, completou o padre.

Na exposição inicial, Pe. Contieri fez três perguntas: “qual o tamanho do meu mundo? O que contém o meu mundo? Qual a minha visão de mundo?”.

Em busca de respostas, na segunda sessão do encontro, os participantes foram conduzidos ao entendimento de que a Igreja existe para servir. “O que a gente faz em um lugar, porém, não dá, simplesmente, para fazer em outro”, alertou o Jesuíta ao chamar a atenção para a necessária adaptação da mensagem. “Nós precisamos do Espírito Santo para ter criatividade para fazer a Palavra ser compreendida pelo outro”, completou.

Sinodalidade

 Pe. Contieri quis saber se os presentes seriam capazes de encorajar outras pessoas a partir da própria vivência da fé. “O Espírito é a força que impulsiona a missão”, voltou a sublinhar o facilitador antes de questionar se “nossas palavras e os nossos gestos tem força de atração?”

A partir da mediação de Dom Carlos Silva, Bispo Auxiliar da Arquidiocese de São Paulo e secretário do Regional Sul 1, diversas participações fizeram ressoar a fala do assessor. “Estamos usando o método do Sínodo”, sublinhou.

Consideradas as intervenções, Pe Carlos Alberto Contieri afirmou que não existe uma periferia, mas muitas (e são elas as realidades para onde o Senhor envia). “O que falta em todos nós é o ânimo para estar em lugares onde a Igreja já esteve. A Igreja é universal: não há lugar onde ela não deva estar. Não há situação que ela não deva contemplar em sua ação missionária. É preciso uma Igreja em saída e em conversão. Não é uma questão de hierarquia, mas de todos nós”, disse o presbítero.

Recuperar a centralidade da Palavra de Deus para que a profecia não seja simplesmente uma bandeira foi apontada como questão fundamental. “Sem a dimensão do serviço também não há profecia”, seguiu o Pe. Contieri. “É preciso, ao meu ver, dar lugar ao serviço e ao testemunho”, completou.

Concluindo a primeira etapa, o sacerdote garantiu retomar o tema nas demais sessões à luz do tema central.

“Êxodo de nós mesmos”

 A partilha realizada no sábado, 21 de outubro, teve como ponto de partida as “três saídas” de Jesus: de Deus para o mundo, de Si para os outros (amando a humanidade até o fim) e o êxodo desse mundo para o Pai.

Segundo o padre Contieri, a vontade divina se “inclina” à liberdade humana. “A missão da Igreja é preparar, renunciando o protagonismo”. Considerando a fraqueza dos outros (igualmente reconhecendo suas próprias fragilidades), a Igreja é convocada a manter-se de portas abertas (sinal de sua disposição à saída).

A pergunta desta vez foi: “Onde a Igreja deve concentrar o melhor de sua energia, inspiração e criatividade apostólica para realizar a sua missão?”. “Nós nunca estamos por inteiro onde a gente está. A gente perde a capacidade de atenção das pessoas”, completou Contieri.

Pessoas que têm paixão por sua fé devem ser valorizadas em um “mundo da dispersão”. A “Geração Z”, por exemplo, se mostra disponível aos debates em diversas esferas, mas, vez ou outra sem espaços de expressão, fazem das Redes Sociais o local para a partilha de seus entendimentos.

Em momento de “Escutar o Senhor”, Pe. Contieri propôs a Leitura Orante da Palavra de Deus celebrada, nas diversas Capelas do Mosteiro, em grupos formados pelas sub-regiões. O momento oracional foi uma das dinâmicas sugeridas para fazer ressoar a partilha da quinta sessão; a primeira de sábado dedicada ao tema central.

Escuta e diálogo elencam ‘periferias’ a serem trabalhadas nas sub-regiões pastorais

Na tarde do sábado, dia 21, os mais de 250 participantes reuniram-se por sub-regiões pastorais. A metodologia de divisão foi realizada com o objetivo de proporcionar um momento de escuta atenta das diversas realidades pastorais paulistas em torno do tema central do evento.

O objetivo foi proporcionar um espaço de reflexão e diálogo, buscando respostas e aprofundamentos que serão implementados em suas respectivas sub-regiões pastorais até a próxima AIP, no segundo semestre de 2024.

O tema central da Assembleia foi o que norteou o momento de escuta proposto. Trata-se de uma questão profunda que desafia a Igreja a refletir sobre seu papel na sociedade e o alcance de suas ações.

A partir de momentos de oração e escuta atenta ao Espírito Santo, e o diálogo entre si, as sete sub-regiões apresentaram na plenária as ‘periferias’ com as quais pretendem trabalhar com mais entusiasmo e empenho até a próxima AIP. Essa abordagem visa criar um plano de ação concreto que permita que a Igreja no Estado de São Paulo atenda às necessidades abordadas de forma mais eficaz.

Com a ideia de que cada sub-região levasse para a apresentação geral uma abordagem única sobre o tema central, enriquecendo os resultados do encontro, as sub-regiões partilharam a reflexão realizada entre as lideranças de cada diocese.

A primeira a apresentar o resultado foi a Sub-Região SP (composta pelas Dioceses de Osasco, Campo Limpo, Santo Amaro, Santo André, Santos, São Miguel Paulista, Guarulhos e Mogi das Cruzes, e pela Arquidiocese de São Paulo) que escolheu a juventude com suas diversas nuances. A mesma periferia foi escolhida pela Sub-Região Botucatu (integrada pelas Dioceses de Presidente Prudente, Marília, Araçauba, Assis, Lins, Bauru e Ourinhos, e pela Arquidiocese de Botucatu).

Depois, a Sub-região Campinas (formada pelas Dioceses de São Carlos, Piracicaba, Limeira, Amparo e Bragança Paulista, e pela Arquidiocese de Campinas) decidiu assumir o compromisso de repensar como a sub-região está evangelizando as diferentes periferias.

A Sub-região RP I(constituídas pelas Dioceses de Jales, Votuporanga, São José do Rio Preto, Catanduva e Barretos), também achou difícil eleger uma só periferia, muitos foram os posicionamentos e depois de uma reflexão, a partir da oração, de maneira pedagógica toda a sub-região assumirá os trabalhos com a população em situação de rua.

A Sub-região Aparecida (instituída pelas Dioceses de São José dos Campos, Taubaté, Lorena e Caraguatatuba, e pela Arquidiocese de Aparecida) chegou a uma ‘periferia’ abrangente e necessária; a formação e também animação das Comunidades Eclesiais Missionárias (CEM’s) para ajudar o cristão a compreender no que ele crê.

Já a Sub-região Sorocaba (composta pelas Dioceses Itapeva, Itapetininga, Registro e Jundiaí, e pela Arquidiocese de Sorocaba) encontrou, também à luz do Espírito Santo, que é necessário que a Igreja seja uma Igreja de proximidade, acolhida, não encontro um apenas uma reposta mas um caminho, trabalhar a família e as juventudes em seus dilemas existenciais e projeto de vida.

A última sub-região a apresentar sua ‘periferia’ foi a RP I (integrada pela Arquidiocese de Ribeirão Preto e pelas Dioceses de Franca, Jaboticabal e São João da Boa Vista) acordou em promover a cultura do encontro iluminados pela Palavra de Deus, ir em direção ao outro.

Rumo às periferias

O momento demonstrou um compromisso sério e dedicado por parte dos participantes em abordar questões cruciais da Igreja e servir melhor às diversas realidades. As discussões e os planos de ação resultantes prometem trazer avanços significativos nas próximas etapas, fortalecendo o papel da Igreja na sociedade e seu compromisso com a justiça social e o serviço às comunidades mais vulneráveis.

Depois de apresentados todos os pontos de partida escolhido por cada sub-região, o Pe. Contieri enfatizou sobre a convergência do Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) no que tange a juventude e a recuperação da Palavra de Deus em várias frentes, e enfatizou: “A vida da Igreja e convicção da fé depende da centralidade da Palavra de Deus na nossa vida eclesial”.
E deixou ainda uma provocação, que não foi dita necessariamente por nenhum dos grupos mas que ele julga de extrema importância: a sinergia. “A igreja não mostra todo o seu vigor porque falta esse trabalho de sinergia. Existem boas iniciativas e excelentes trabalhos, mas cada um fazendo a ‘sua parte’, é preciso saber vender o peixe”, finalizou.

Ato marca início da missão das Comissões Episcopais e das coordenações pastorais no Regional Sul 1

 Um ato solene encerrou as atividades do segundo dia do encontro e marcou o início das atividades dos presidentes das nove Comissões Episcopais, e também dos bispos referenciais, padres assessores e lideranças leigas que coordenam as diversas pastorais, movimentos, organismos e serviços eclesiais no Estado de São Paulo. A presidência do Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) teve como intenção dar a conhecer, por meio deste ato, os bispos que foram eleitos para a função durante a 85ª Assembleia do episcopado paulista, realizada entre 30 de maio e 1º de junho.

A cerimônia foi conduzida pelo agente da Pastoral da Comunicação (Pascom) Eduardo Cunha, da Diocese de São João da Boa Vista, e contou com a participação do ministério de música Reaviva, composto por jovens do Setor Juventude da Diocese de Jundiaí, que abrilhantaram o momento com diversas canções.

Com um território vasto e densamente povoado, o Estado de São Paulo, com suas 42 Igrejas Particulares, é caracterizado pela diversidade de atividades, como destacado no início do ato pelo presidente do Regional, Dom Júlio Endi Akamine: “Há um grande volume de trabalho realizado em nosso Regional. As atividades pastorais e apostólicas são robustas, variadas, intensas e belas. Se tivéssemos que elaborar um relatório sobre o que é feito pastoralmente em nosso Estado, esse relatório seria bastante extenso”.

 Sinergia

 Repercutindo a reflexão realizada pelo Pe. Carlos Alberto Contiere, Dom Júlio ressaltou a necessidade da sinergia nas atividades pastorais, de forma que as energias empregadas na evangelização tenham melhor resultado e colaborem para a edificação do Reino: “O Pe. Carlos nos chamou a atenção para um aspecto que não devemos ignorar: a sinergia. Fazemos muito trabalho, mas será que esse trabalho é articulado, é feito em comunhão com a Igreja, é realizado em colaboração com todos?”

Dom Júlio motivou os bispos presidentes das Comissões e suas equipes a encararem suas respectivas atividades e desafios como uma maneira que, trabalhando juntos, alcancem a sinergia necessária: “Essa organização de nove comissões episcopais é uma possibilidade de promover a sinergia do nosso trabalho pastoral em nosso Regional. Esta colaboração, esta comunhão no trabalho, possibilita também que possamos nos beneficiar de todo o trabalho que é realizado aqui no nosso Regional, de tal modo que o trabalho de um vem em benefício de todos”.

Comissões

 Cada uma das nove comissões foi apresentada no ato solene. Dom Júlio expressou sua gratidão a todos os que aceitaram o desafio de articular os trabalhos. As nove Comissões Episcopais reúnem e articulam cinquenta e seis ações evangelizadoras, entre pastorais, movimentos, organismos, serviços eclesiais e comunidades religiosas.

As Comissões Episcopais têm a responsabilidade de analisar, desenvolver propostas e promover a implementação de programas e projetos que se encaixam em suas respectivas áreas de atuação. Não agem isoladamente, mas suas ações devem ser realizadas de maneira coordenada e colaborativa com as outras Comissões, com o objetivo de assegurar a coesão da pastoral orgânica no Regional.

Ao final da cerimônia, Dom Frei Carlos Silva, secretário do Regional Sul 1, destacou o caminho percorrido pela Assembleia e motivou os membros das Comissões Episcopais a adotarem o estilo sinodal: “Nós estamos realizando a 44ª Assembleia do Regional Sul 1 em estilo sinodal. Sinodal significa caminhar juntos. Mais do que caminhar juntos, é estar juntos. Quando caminhamos juntos percebemos as paisagens através de múltiplos olhares. Caminhar junto é mais do que caminhar, é partilhar. Não foi isso que fizemos nestes dois dias?”.

 Com informações da Assessoria de Imprensa do Regional Sul 1 da CNBB
Fotos: José Ferreira Neto e André Botelho I Pascom Regional Sul 1

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